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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

DEPRESSÃO MATERNA: COMO ISSO AFETA SEU FILHO?

Após o nascimento do seu bebê, a rotina muda. Tudo parece bem, mas, de repente, você desperta uma manhã mais triste, com menos vontade de levantar da cama. Aos poucos, começa a sentir muito mais ansiedade, raiva, cansaço. Quando tudo isso começa a atrapalhar o seu dia a dia e convívio com seu filho e família, é hora de procurar um médico. Você pode estar com depressão - e esses sintomas não prejudicam só você.

Um estudo realizado pela Universidade de Adelaide, na Austrália, publicado na revista científica Pediatrics revelou que crianças cujas mães apresentam sintomas recorrentes de depressão têm mais chance de desenvolver problemas de comportamento aos 5 anos.

A pesquisa acompanhou 438 mães e seus filhos (227 meninas e 211 meninos). Os cientistas pediram às mães que preenchessem questionários durante a infância das crianças entre 2 e 5 anos. Após a análise das informações, os pesquisadores perceberam que sintomas recorrentes de depressão materna quando as crianças têm entre 2 e 3 anos se tornam um fator de risco para o desenvolvimento de problemas comportamentais aos 5. Enquanto que sintomas constantes da doença não afetam o desenvolvimento delas.

Para o psiquiatra Sérgio Klepacz, do Hospital Samaritano, em São Paulo, o estudo comprova que quando a criança se sente insegura, principalmente em relação às pessoas próximas a ela e ao meio em que vive, o seu grau de estresse aumenta e afeta o seu comportamento. “A depressão da mãe se torna um problema quando ela não é constante, ou seja, quando apresenta oscilações de humor", diz. "Se a mãe sofre com depressão com os mesmos sintomas, a criança não sofre com isso porque já sabe o que esperar”, diz. Ou seja, se a doença da mãe não for tratada corretamente e voltar após um período, há mais riscos para as crianças.

Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores foi a influência positiva dos cuidados de outras pessoas nesses primeiros anos de vida dessas crianças: mesmo meio período na creche (o chamado cuidado formal), por volta dos 2 anos, já teve um impacto significativo no comportamento delas anos depois. Já os cuidados ditos informais (outras pessoas que não eram profissionais) não fizeram tanta diferença nesse caso. O mais importante dessa pesquisa, portanto, é mostrar para as mães que sofrem com depressão a importância buscar ajuda especializada, dividir as tarefas e, assim, preservar a criança.

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