Instituições que apostam em bons programas de estágio oferecem melhores perspectivas para os futuros profissionais de Educação
Alexandre Barros (novaescola@atleitor.com.br)
Pouca familiaridade com o ambiente escolar, falta de prática pedagógica e
contato insuficiente com as diversas modalidades de ensino. Esses são alguns
dos problemas que educadores recém-saídos
dos bancos das universidades encaram quando ingressam na carreira docente. Reflexo
direto de uma formação pouco voltada para a escola (combinada com estágios pro forma), eles
já haviam sido identificados anteriormente. Em 2008, NOVA ESCOLA
encomendou à Fundação Carlos Chagas (FCC) uma pesquisa que
analisou 71 currículos de cursos oferecidos por instituições públicas e
privadas de todo o Brasil. Os resultados apontam uma preocupante distância
entre o que é oferecido aos futuros educadores e o que acontece na sala de aula.
Um dos caminhos para alterar essa realidade é justamente o
aprimoramento da qualidade dos programas de estágio. "Essa é
uma oportunidade essencial para unir teoria e prática, preenchendo essa
pouca atenção dada à vida real pelos currículos das universidades", assegura
Bernardete Gatti, coordenadora do Departamento de Pesquisas
Educacionais da FCC, em São Paulo.
Segundo Bernardete, os estudantes já deveriam ser "apresentados" à escola
gradualmente desde sua entrada no curso de Pedagogia. "Os alunos poderiam
estudar as diversas modalidades de ensino analisando suas diferenças no
primeiro ano. E isso poderia se desenvolver em etapas progressivas ao longo
do curso." Ela acredita que para mudar esse quadro é preciso que novas propostas
de estágio conversem com os currículos dos cursos, permitindo que a realidade da
escola chegue aos universitários. "A experiência de um bom estágio gera
conhecimentos ricos em reflexões. Melhores estágios formam
melhores professores", garante.
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